Leão

O leão é o maior predador africano vivo. Esse animal vive em bandos, nos quais as fêmeas são responsáveis pela caça e cuidados com os filhotes.
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O leão é um mamífero carnívoro pertencente à família Felidae. Atualmente existe apenas uma espécie de leão, a Panthera leo, e cerca de sete subespécies. Esse animal habita algumas regiões da África e da Índia e, atualmente, encontra-se classificado como vulnerável, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Esse mamífero apresenta um corpo robusto com patas curtas e uma longa cauda, que o auxilia no equilíbrio. É considerado o maior predador africano vivo, e o maior peso registrado entre esses animais foi de 272 quilos. Alimenta-se, principalmente, de ungulados de médio a grande porte.

Vive geralmente em bandos, nos quais a maioria dos indivíduos são fêmeas. Nos bandos existe uma divisão do trabalho, sendo as fêmeas responsáveis pela caça e cuidado com os filhotes, e os machos os responsáveis pela proteção do bando. A reprodução dos leões está relacionada com a disponibilidade de alimento, e a gestação dura cerca de 110 dias, podendo originar até três filhotes.

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Características gerais dos leões

Os leões são animais mamíferos e, como os demais membros dessa classe, apresentam um corpo coberto por pelos com uma coloração que varia entre um amarelo acinzentado e um tom arenoso nas partes superiores e nos flancos, além de tons mais claros nas partes inferiores.

Apresentam também um tufo de pelos pretos no topo da cabeça e um padrão específico em seus bigodes, o que funciona como uma impressão digital. Os machos diferenciam-se das fêmeas por serem maiores e apresentarem uma crina (juba) densa de cabelos escuros e castanho-avermelhados, que podem medir cerca de 16 cm, envolvendo o pescoço e descendo entre as patas dianteiras. Todavia, leões encontrados em algumas regiões, como Somália e Etiópia, não apresentam jubas.

Os leões machos diferenciam-se das fêmeas por serem maiores e apresentarem juba.
Os leões machos diferenciam-se das fêmeas por serem maiores e apresentarem juba.

Os leões são considerados os maiores predadores africanos vivos, podendo medir cerca de 3 metros, do focinho até a cauda, e pesar cerca de 200 quilos. Esses animais apresentam um corpo musculoso, pernas curtas e fortes, grandes patas e garras que podem medir entre 25 e 30 mm e que se retraem enquanto eles se movimentam. A idade que esses animais alcançam na natureza varia conforme a região onde vivem, podendo chegar até cerca de 20 anos.

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Alimentação dos leões

Os leões são grandes predadores, no entanto a sua caçada não é muito eficiente, alcançando sucesso em cerca de 30% das tentativas. Embora possam caçar sozinhas, as leoas apresentam uma boa articulação para caçar em bandos, distribuindo-se de forma estratégica e organizada para atacar a presa

Os leões apresentam uma alimentação bastante variada, consumindo desde roedores a grandes ungulados. Eles podem alimentar-se também da carcaça de presas caçadas por outros animais. No entanto, a preferência são ungulados de médio a grande porte, como zebras e gnus. Os leões são animais capazes de viver em ambientes secos, pois, quando a disponibilidade de água é mais restrita, eles conseguem obtê-la por meio da alimentação, retirando-a também de plantas.

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Reprodução dos leões

Os leões não apresentam um período específico para a reprodução, embora seja observado que o período reprodutivo relacione-se com uma maior disponibilidade de presas. O acasalamento dura de dois a quatro dias, e as fêmeas ovulam de duas a três vezes por hora. Nesse período a cópula pode ocorrer diversas vezes e com diferentes machos do bando, o que pode gerar uma ninhada com filhotes de diferentes pais. A gestação dura cerca de 110 dias e pode gerar até três filhotes.

Em cada gestação, a fêmea pode gerar até três filhotes.
Em cada gestação, a fêmea pode gerar até três filhotes.

Os leões apresentam alguns cuidados com os filhotes. Alguns animais já foram observados deixando os filhotes aos cuidados de “babás” para poderem caçar. Nas primeiras semanas, os filhotes permanecem em esconderijos cobertos por arbustos, os quais mudam de local constantemente. As fêmeas carregam os filhotes um por um para o novo local.

Os filhotes são amamentados por cerca de 6 a 12 meses, e esse período está relacionado também com a disponibilidade de presas. Os filhotes podem mamar em qualquer fêmea que esteja em lactação.

Ecologia dos leões

Os leões são muitas vezes encontrados vivendo em bandos, que podem ser constituídos por até 15 indivíduos. Nos bandos, geralmente as leoas estão em maior quantidade – cerca de 10 a 12 indivíduos –, e os machos estão presentes em números de 3 a 5. Viver em bandos auxilia na caçada, além de ser uma forma de defender territórios e proteger os filhotes. É observada uma certa divisão de trabalho dentro dos bandos. Enquanto as fêmeas caçam e cuidam dos filhotes, os machos são responsáveis pela proteção do grupo.

Esses bandos podem variar de tamanho conforme a região onde vivem. Os bandos de leões asiáticos tendem a ser menores que os africanos. Foi observado que bandos maiores preferem habitar regiões menores, mas de maior qualidade, como áreas próximas a cursos d'água. Já bandos menores habitam regiões maiores, onde podem ter um maior deslocamento.

Os leões geralmente vivem em bandos constituídos principalmente por fêmeas.
Os leões geralmente vivem em bandos constituídos principalmente por fêmeas.

Vale salientar que também há indivíduos que vivem sozinhos. Esses leões solitários normalmente são encontrados em regiões onde o alimento é escasso e o ambiente é fragmentado. Acredita-se que esses animais vivam solitários nesses locais, pois não seria necessário dividir recursos nem manter territórios, por exemplo.

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Conservação dos leões

No passado, os leões apresentavam ampla distribuição por toda Europa, África e Ásia. Com o passar do tempo, a sua população foi sendo drasticamente reduzida. Isso ocorreu devido à fragmentação de seu habitat, o aumento do consumo de carne selvagem pelo homem – o que fez com que os leões passassem a disputar alimento com o homem –, além da caça ilegal, pois a pele, os dentes, as patas e as garras desse animal são utilizadas na medicina tradicional, bem como em alguns rituais.

Atualmente os leões ocupam apenas algumas regiões da África. Alguns dados mostram que, na natureza, existam menos de 25.000 indivíduos. Desde 1994 a sua população reduziu-se pela metade. Por essa razão, os leões estão atualmente classificados, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), como vulneráveis, ou seja, apresentam risco de entrarem em extinção na natureza.